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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Saúde: Dieta sem glúten é adotada até porque não tem tolerância


Antes praticada só por necessidade, a dieta sem glúten está conquistando novos adeptos: interessados em 
perder peso ou ganhar saúde. O cardápio, já adotado por celebridades como a atriz Juliana Paes, condena a 
farinha de trigo e seus derivados, como pão e macarrão, e proíbe qualquer alimento com aveia, malte, centeio 
e cevada - incluindo cerveja.

A promessa é melhorar a função do intestino e, de quebra, acabar com males como a enxaqueca. 
O glúten é uma proteína vegetal que, no organismo de pessoas sensíveis, pode provocar reações, entre elas 
diarreia, flatulência e fadiga.

A sensibilidade mais comum é a doença celíaca, intolerância ao nutriente que atinge cerca de 1% da população. Para quem tem a doença, ficar longe do glúten é fundamental. Para pessoas saudáveis, há controvérsia. 
Recentemente, o Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (que inclui o Estado de São Paulo) lançou 
um parecer oficial sobre o tema.

O documento diz que o glúten só deve ser tirado da dieta se houver diagnóstico de doença celíaca, alergia ou sensibilidade ao nutriente. "Nutricionistas estavam tirando a proteína da alimentação de pessoas que queriam emagrecer ou curar um problema digestivo, sem diagnóstico", diz Thiago Sacchetto de Andrade, nutricionista 
e conselheiro da entidade. "É errado. Glúten não faz mal para a população em geral." 


BENEFÍCIOS

 A proteína não faz diferença na nutrição. A publicitária Patrícia Nery, 38, deixou de comer glúten para 
emagrecer. Em 6 meses, perdeu 11 quilos. "Foi a única coisa que mudei na minha alimentação. Se quero 
comer macarrão, tudo bem. Só que como sem glúten", diz. Ela conta que já havia seguido várias dietas sem 
sucesso. "Perdia peso em pouco tempo, mas recuperava. Hoje está mais fácil manter." Regina Racco, 61, 
professora de ginástica, tinha falhas de memória.

Pesquisando, achou estudos segundo os quais a alimentação sem glúten é boa para portadores de Alzheimer. 
Com orientação de nutricionista, cortou a proteína e, em oito semanas, perdeu 13 quilos. "Emagreci sem 
perceber. Minha compulsão por comida acabou." A memória, diz ela, melhorou. Especialistas concordam que 
a sensibilidade ao glúten pode ter muitos sintomas.

A gastropediatra Vera Lúcia Sdepanian, chefe do ambulatório de celíacos da Unifesp, lembra de cabeça mais 
de 20 manifestações da doença celíaca, desde deficiências de vitaminas, dermatite e dor articular até 
osteoporose. Mesmo quem não tem a doença pode manifestar algum tipo de sensibilidade, de acordo com a gastroenterologista Lorete Maria da Silva Kotze, professora da PUC-PR. "Há um espectro muito grande de 
desconfortos relacionados ao glúten. O nutriente é absorvido pelo aparelho digestivo, mas sua ação é 
sistêmica. Isso torna o diagnóstico mais complicado."

Ganho de peso não está na lista de sintomas associados à intolerância a glúten. Mesmo assim, alguns 
médicos acreditam que tirar o nutriente ajuda a perder peso. "A digestão dessa proteína é difícil, o intestino 
fica inchado. Pessoas com sobrepeso ou doenças crônicas deveriam tirar o glúten", diz a nutróloga Tamara 
Mazaracki, membro da Associação Brasileira de Nutrologia. "É uma proteína que não faz falta. Sem ela, você 
se alimenta melhor. Em vez de ficar no pão com trigo, passa a consumir quinoa, milho."

Para a gastropediatra Lenora Gandolfi, da Universidade de Brasília, não há comprovação científica de que tirar 
o glúten faz perder peso. O mesmo pensa a nutricionista Lara Natacci, da DietNet. "Não é a ausência do glúten 
que emagrece. Ao cortar esse item, você troca alimentos gordurosos e industrializados por opções mais 
saudáveis. A perda de peso deve ser relacionada a isso."

Para Vera Sdepanian, qualquer recomendação nutricional feita sem diagnóstico deve ser condenada. "A 
doença celíaca é séria, exige mudança de hábitos e pode ter consequências graves se não for tratada. A dieta 
é restritiva e difícil de ser seguida. Não pode ser para todos." O diagnóstico da intolerância alimentar pode ser
 feito com um exame de sangue, teste genético e, se necessário, biópsia do intestino.


(Fonte: www1.folha.uol.com.br)

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